Thursday, January 11, 2007

Suicídio ou Homicídio?

As luzes acendem, as pessoas no cinema começam a levantar, seguem para o final da sala as portas abertas, uma luz forte cega cada espectador que passa pela saída, Clarice ainda esta lá sentada esperando os créditos finais, ela adora ler os créditos, às vezes pensa que sua vida é um filme e só vai entender tudo quando estiver vendo os créditos.

Levanta, arruma a saia amarrotada, percebe que derrubou refrigerante em sua camiseta dos Pistols, ri sozinha, por um breve momento percebe que esta sozinha em um cinema e perguntasse que tipo de pessoa vai só ao cinema? As mais interessantes responde e sorri. Sai em direção ao metro, já são quase meia noite pensa, o metro vai fechar, aperta o passo, são oito estações ate sua casa, um pouco longe, principalmente durante a madrugada não que isso fosse problema, pois já havia voltado sozinha durante a noite pra casa, mas isso era em outros tempos.

Passa, ou melhor, pula a catraca, desce as escadas correndo, consegue entrar no metro antes que algum segurança a pegue, um pouco ofegante e cansada ela senta em um banco no fundo do vagão, desejando que o mundo acabe no próximo segundo, fecha os olhos e cochila.

_Clarice! Clarice é você mesmo? Ouve e pensa estar sonhando. Abre os olhos meio assustada e deseja que fosse um sonho mesmo.

_Oi, menina,quanto tempo hein?

Clarice limita-se a responder com um oi seco e ainda assustado.
Um pequeno interrogatório começa, e Clarice cansada, com sono, triste, olha o relógio 00:15 marca, olha pela janela falta ainda seis estações, começa a entrar em pânico...

_Como você esta? O que tem feito? Trabalhando ainda? Esta namorando? Conta-me tudo?_Estou bem, tenho feito muitas coisas, mudei de emprego, não, não estou namorando...
_Eu estou a oito meses namorando você tem que conhecer ele, nossa ele é lindo, forte, alto é o melhor tem dinheiro você sabe, namorar pobre não da. Uma risada alta e falsa toma conta do vagão nesse momento
_Se você acha, bom pra você. Responde Clarice
_Então você não mudou nada, ta um pouco mais gordinha, mas continua a Clarice de sempre, aposto que ainda deve escutar aqueles discos cafonas, fala a verdade estou linda não estou. olha esses brincos são de ouro meu namorado que me deu. Outra risada dessa vez um pouco mais alta e empolgada

Clarice prefere ignorar os comentários sobre gordura, beleza e brincos.

_Mudar pra que se me sinto bem assim, os discos cafonas que você se refere são os dos Mutantes?
_Não sei mas deve ser com esse nome só pode ser cafona hahahahhahahah, você não sabe outro dia estava em uma balada dançando no meio da pista quando um gatinho, você tinha que ver lindo, dançamos um funk juntos nossa você tinha que ver, depois saímos e fomos em uma rave de um amigo dele rachei na caixa ate o outro dia, também com a quantidade de bala que tomei não dava pra ficar parada mesmo haahahahaahha.

Nesse momento Clarice entra em pânico pensa em suicídio depois decide que seria melhor para todos homicídio, um sorriso irônico e pequeno aparece. O vagão para, as portas se abrem, falta uma estação, andar ou ouvir? Clarice pergunta em silencio a resposta mais do que obvia

_Que bom que você esta feliz e conhecendo gente interessante, bom agora eu tenho que ir, foi interessante ter encontrado você, tchau.

Clarice levanta correndo nem espera para se despedir e sai do vagão, uma estação antes da sua, mas e melhor andar sozinha e em silencio, do que continuar ali servindo de espectadora para os "grandes" feitos de sua "amiga". Enquanto caminha pelas ruas escuras sente pena dela, chega conclusão de que existe pessoas que precisam de elogios diários, pessoas inseguras que criam personagens para esconder essa insegurança, que precisam humilhar e rebaixar os outros para poderem sentir-se melhores, superiores, felizes.
Finalmente chega em casa, abre a porta procura sua cama, nem se preocupa em mudar de roupa, deita e dorme sem pensar em nada, querendo esquecer tudo só esperando os créditos finais...

Monday, January 08, 2007

Clarice acordou, levantou-se, sintiu um aperto no coração, uma dor estranha no peito, uma medo a muito não sentia, percebeu que havia acordado do dragão, que havia aberto a caixa de pandora no seu peito, entrou em panico, pegou um cigarro um papel e caneta, começou a escrever sem sem parar coisas loucas sem sentido, sem sentido para os outros, mas completamente com sentido pra ela... Tomou coragem pegou o telefone e discou, do outro lado uma voz conhecida, Clarice começou a falar tudo oque a anos escondeu tudo oque falava pelas costas sem coragem de dizer... Combinaram um encontro, Clarice o avistou na chuva, deixou escapar um sorriso, pequeno mas sincero... Um abraço seguido de lagrimas, rosa, e um pedido de desculpas e por fim deixou escapar um Eu te amo... Uma tarde estranha a conversa se estendeu por horas, quando ela achou que duraria minutos, fizeram as "pases", colocaram as coisas em ordem, por fim Clarice despedesse e vai em embora, por alguns minutos sente-se bem, mas logo sente-se perdida, mal, triste, sabe q a pessoa o unico amor que sentiu morreu, deixou morrer, perdido e triste, como uma rosa jogada no lixo...

VIDA SEM VOCÊ NÃO É VIDA"