Monday, January 29, 2007

Por que a gente é assim?

_Passa o vinho aí..._Você bebe hein garota?_E você não?
Risadas, cigarros, histórias, conversas noite adentro, sentada no puff roxo, Clarisse sente-se em casa, cercada de pessoas que falam sua língua, que entendem suas neuras, seus medos, sonhos, desejos... Noite adentro a conversa segue, Clarisse fala, bebe, fuma, nem parece a menina tímida que os “desconhecidos” conhecem, aqueles na sala sim a conhecem sabem o que ela quer dizer quando se enrola toda seja por efeito do álcool ou da sua vergonha.
Clarisse não deseja que a noite acabe, tudo esta perfeito, seus demônios foram enjaulados, seus desejos e sonhos soltos, naquela sala ninguém julga ninguém, não há melhor nem pior, pseudo-intelectuais, ou gênios, todos ali são iguais, sentem-se iguais, nem melhores ou piores, não há julgamentos. Clarisse esta no meio de amigos, conta tudo o que normalmente tem vergonha e ri muito, talvez seja efeito do álcool pensa ou da solidão, acende outro cigarro, no rádio sua música toca, empolgada ela canta o refrão:
_Mais uma dose? É claro que eu to afim, a noite nunca tem fim._Baby, por que a gente é assim?
Noite adentro seguem bebendo, rindo, falando, a noite assim como o vinho acaba as pessoas na sala começam ir embora, Clarisse permanece no puff roxo, olhando todos sem dizer nada, um a um ela se despede, no final Clarisse e seu puff roxo, algumas idéias na cabeça e um refrão...“Mais uma dose?É claro que eu tô a fimA noite nunca tem fimPor que a gente é assim?”Porque? Amanhã descubro, uma risada um bocejo, os olhos fecham e cantando baixando: _Por que a gente é assim? Ela adormece...